foto: blog eusouadiva.wordpress
E é natal, mais um ano se passando
Tantos sorrisos percorreram esse ano
Dentro de tantos desejos pra se esperar
Apenas um que eu esperava encontrar
Hoje é natal, na verdade, véspera. Minha mãe já enfeitou a casa, rodeou
ela de pisca-pisca, árvore de natal já está montada. Tudo contribui
para um natal inesquecível, antes da meia-noite vamos para casa de
Teddy, cearemos lá, depois vamos retornar para minha casa e curtir a
madrugada rindo e vendo alguns filmes, minha mãe, Teddy, a mãe dele e
eu. O ano novo que será diferente, irei passar com meu pai, madrasta e
talvez Ed que está pensando se vai. Niall provavelmente não irá, então
nem irei esquentar minha cabeça com ele.
-Nosso primeiro natal juntos, né Teddy? -disse enquanto batia a massa do brownie na batedeira.
-Bela observação, April. -piscou enquanto passava a rabanada no leite. -Estava pensando, acho que vou com você.
-Ótimo! -sorri largo. -Meu pai vai amar conhecer você.
-Quero conhecê-lo. Será que irei ver o Niall? -direcionei meus olhos com um pouco de medo a Teddy. -Eu não vou brigar...
-O Niall é que não vai se segurar em falar alguma besteira, Ed.
-enruguei os lábios tentando ficar consciente das minhas palavras, o que
era muito difícil quando Niall Horan era o assunto. -Espero que não o
vejamos. -minha última palavra e o silêncio permaneceu até minha mãe
quebra-lo pedindo que comprássemos coisas no mercado, como pasta de
dente, papel higiênico.
Fomos andando tranquilamente para o
mercado próximo de casa, duas quadras de casa para ser mais clara.
Decidimos que eu iria na padaria que era uma quadra depois do mercado e
esperaria Ed na pracinha. Caminhei em direção a pracinha já com a sacola
dos pães na mão e fui puxada pelo para um beco, meu grito foi
repreendido com a mão na boca do assaltante... Era Niall.
-Niall!? -me escandalizei e ele ficou esperando até que minha respiração entrasse no ritmo normal.
-E aí, April! -sorriu falso.
-Eu não posso ficar aqui! -disse andando para fora do beco mas fui puxada novamente.
-Calminha, eu tenho um assunto sério pra tratar com você. -disse frio.
-Mas antes... -me pressionou contra a parede e veio com seus lábios na
direção dos meus.
-Não! -gritei e ouvi Ed chamar, salva pelo gongo.
-Larga ela!-empurrou Niall e vi o mesmo cambaleando. -April, você o
conhece? -direcionou seu olhar pro meu, olhei para Niall e balancei a
cabeça negativamente. Puxei Ed antes que ele dissesse algo e fomos
andando com minha mão apertando forte a sua.
Passei o resto da tarde fingindo estar bem e sorridente, porém, quando
passou da meia-noite eu já estava exausta e fui para o meu quarto
alegando que estava com muito sono.
-Você está assim desde o
encontro com aquele garoto no beco. April, aquele garoto tocou um dedo
em você? -Ed disse mudando seu tom calmo para ódio.
-Teddy...
-toquei em seu braço. -Ele não fez nada comigo, só fiquei pensativa e
estou realmente cansada. -bati com a palma da mão ao meu lado da cama.
-Eu gosto muito de você. -passei a mão pela sua nuca e logo depois selei
seus lábios. Ele ficou comigo até que eu pegasse no sono, cantarolou,
contou piadas e assim dormi com a cabeça em seu colo.
Vasculhei o quarto com os olhos meio turvos por conta de ter acabado
de acordar. Percebi uma coisa meio inusitada escondida atrás da cortina
branca, tinha uma pessoa lá.
-Quem é você? -perguntei meio desnorteada enquanto me sentava na cama.
-Olá. -arregalei os olhos, não era possível o que estava acontecendo.
-Velho...
-murmurei. -Como você entrou na minha casa? O que você está fazendo
aqui?! -já estava de pé com a postura ereta e o olhava com o pior olhar
possível.
-Sai do meu quarto. -ele andava devagar em minha direção.
-Você não quer que eu
saia, eu conheço seu jeito imponente e você não está nenhum pouquinho
imponente. -cruzei os braços.
-O que você quer?
-Você
atuou muito bem ontem dizendo que não me conhecia. -encolhi meu dedo dos
meus com o toque dos seus dedos no meu rosto. -Fiquei triste. -fez
beicinho. Bufei.
-Chega. Você pediu para eu ficar em silêncio eu
fiquei. Eu não consigo mais ficar sob efeito das suas ordens só porque
eu moro na casa da sua mãe. Que se dane! Me deixa em paz! -sussurrei com
bastantes expressões, acho que o deixei assustado porque ele deu uns
dois passos para trás.
-Ah, droga! -ralhou. Respirei fundo, talvez viesse uma daquelas palavras rudes que ele sempre tinha na manga.
-Eu
preciso que a gente saia do quarto e sejamos amigos. -disse sério. -Eu
quero sair de vez daqui da Inglaterra e eu preciso de você. -por míseros
segundos achei que eu tinha importância real para a vida dele e não que
fosse um atalho para morar no EUA.
-Você quer que sejamos amigos. -deu aquele sorriso debochado.
-Claro que não. Eu te odeio. -deu de ombros. -Pra eu sair da Inglaterra, tenho que te levar comigo.
-Você
está louco? Eu não estou aqui por diversão não querido! Eu tenho uma
vida, estou terminando meu ensino médio com bolsa de estudos, já levei
uma advertência por sua culpa e você acha que eu quero te ajudar a
progredir na sua vida de astro enquanto você só me põe mais longe dos
meus sonhos?
-Você não tem escolha, quando terminarmos a escola,
você vai comigo ou senão você não termina o ensino-médio. -ele disse com
tanta precisão, eu já estava cansada dele. Essa chantagem de
mentalidade infantil me prendi, eu tinha que ter alguma saída na qual eu
me beneficiava.
-Eu não vou com você. -disse decidida. -Saia do meu
quarto, saia da minha vida! -senti que meus olhos quase saltaram e com
toda autoridade apontei para janela, possivelmente de onde ele veio.
Niall deu as costas e saiu. Como sempre, meus olhos marejaram e eu caí
no choro.