16/07/2013

Good Life- Capítulo 4



-Ei, você iria numa festa sábado que vem... comigo?-ele disse fitando o nada e eu o encarava.-sabe, primeira semana de aula, sem tarefas, essas coisas.
-É, festa não é muito o meu forte, mas vou sim.-ele se virou para mim e sorriu gentilmente.
-O que acha de dar uma volta, ou você quer voltar para casa?-ele dizia já se levantando.
-Vamos andando e depois voltamos para casa.-ele assentiu e me levantei. Já estávamos andando e um silêncio suportável estava acontecendo, apenas o vento se ''chocava'' contra os nossos rostos e o sol estava indo e voltando, dando um efeito interessante sobre os carros. Só ouvir os barulhos dos carros, alguns em alta velocidade e outros em baixa, e podíamos ouvir um motor possante chegando mais próximo, já estávamos na calçada e o barulho do carro cada vez mais alto, até que ele tentou se jogar contra a calçada onde estávamos, demos um pulo para trás e o carro levemente capotou, Sterling e eu corremos, o carro se chocou contra árvore. Nós dois nos encontrávamos com a respiração ofegante, a mão de Sterling se encontrava do lado esquerdo do seu peito e ele estava com a respiração mais descompassada do que o normal, ele estava vermelho, quase a ponto de chorar.  Deixei ele se tranquilizando e logo fui até o carro que havia se chocado, pra ver se ele estava muito ferido.
Quando eu vi, eu realmente não acreditei. Tentei abrir a porta do carro, mas ela estava muita amassada, havia dois feridos... e ele, estava no banco de trás, a porta que se chocou contra a árvore. Eu alisei os poucos fios de seus cabelos ensanguentados, ao retirar minha mão dali, repleta de sangue, suspirei e me virei pra Sterling que seguia meus passos com seus olhos, pedi a ele o celular, já que eu não estava com o meu. Liguei para ambulância e que rapidamente atendeu.
-Alô? Hospital de Emergência, boa tarde.
-Eu uma ambulância na rua [...]-disse naturalmente enquanto a enfermeira suspirou.
-Olha, não temos tempo para atender trotes, por favor.
-Mas-ela havia desligado e agora meu coração estava realmente palpitando acelerado, provavelmente meu avô teria morrido mas... não.

Sterling me fitava, enquanto ele chorava, eu apenas suspirei.
-O que fazemos agora?-ele me olhou surpreso, acho que ele esperava eu dar uma pequena ''palestra'' depressiva.
-Ãn... vou ligar para o meu pai e peço pra que ele venha nos buscar, provavelmente vai vim o carro da funerária.-eu assenti e olhei para o carro, totalmente amassado, vidros quebrados, fui mais perto do meu avô...
-É vovô... nunca mais irei te ver, não é mesmo? Por que você tem que sempre falar de morte? Vovô, vou sentir tanto a sua falta...-ele abriu um pouco os seus olhos, a claridade o incomodava ele olhou ao seu redor e suspirou baixo, quase sem forças.
-Eu... eu te amo, me desculpa... eu não sabia que você seria tão...tão... tão especial para mim. (Seunome) eu te amo!-uma pequena lágrima caiu de seu olho e sua última respiração foi dada. Meu avô, havia ido embora, nunca mais o verei, nem que eu quisesse. Meu coração doía, mas ainda não havia chorado.
-É... meu pai está vindo com o seu, todos lá da casa estão sabendo, ok?-assenti e ele sorriu fraco, colocou sua mão direita no meu ombro esquerdo.-Tudo por amor, pena que foi tarde...-eu sorrir fraco, ainda estranhando a sua pequena fala, nada que eu devesse me importar.-Sa-sabe a festa de sábado?-assenti e olhei em seus olhos ainda marejados.-Não precisamos mais ir.... quer dizer, eu vou.-o olhei e assenti.
-Eu também vou.-ele sorriu e me deu um beijo na bochecha, até corei. Ouvir a voz do meu pai, descobrir que seu sogro morreu, um dos poucos sogros que presta, meu pai diz sempre. Corri até ele o abracei rápido.
-E aí? Cadê o carro da funerária?
-Está chegando, princesa. Vai para casa com o Sterling, a mãe dele pediu pra que fosse.-Sterling estava conversando com seu pai, eles dois estavam discutindo, os dois com a mão na cabeça e bagunçando o cabelo, sorrir de canto, eles realmente se pareciam muito! Ele apontou pra mim e  Sterling olhou, indicando com a mão um sinal de ''espera'' mas seu pai apontou novamente e ele veio em minha direção batendo os pés. Foi andando em passos largos e  parou ao meu lado, andei um pouco e ele entendeu, acompanhou meus passos e fomos até em casa.

[...]

Chegamos lá, todos estavam sentados, em silêncio, eu não conseguia chorar ainda, sim... eu estou sentindo a dor mas, eu não consigo chorar, pelo menos... não agora. Nunca fui de chorar no momento certo, sempre chorava depois que a situação passava. Estranho, eu sei. Já havia passado um pequeno tempo, o corpo já deve ter sido levado para funerária, amanhã deverá ser o enterro. Eu odeio enterros, acho algo desnecessário, todos vão para o cemitério e dizem uns aos outros ''era uma boa pessoa'' ''este daí, era uma ótima pessoa'' mas viviam falando por trás. E depois, vem aquela coisa chata das pessoas olhando pra você, acenando, falando''eu já senti isso'' ''eu te entendo'' ''meus pêsames'', acho isso realmente desnecessário, mas, está bem, né? No meu enterro, eu não vou querer nada disso. Ao meu lado estava o pequeno Oliver, em pé chorando e com secando suas lágrimas com as mãos, deixando por lá as mesmas, dando uma breve coçada nos olhos. Se assentou no chão da sala. Eu me virei para trás e vi Sterling com seu pai ao lado, ele me encarava com os olhos vermelhos, logo veio em minha direção, com passos lentos, me abraçou e rapidamente correspondi seu abraço. Deixei uma lágrima cair e me separei dele. Olhei para minha mãe e olhei nos olhos e Sterling, ele entendeu que eu queria falar com ela. Fui até minha mãe, que estava sentada no sofá de costas para mim, alisei seus cabelos de leve e ela jogou sua cabeça para trás me fitando, deu um sorriso... sincero e fui me sentar ao seu lado. Ela depositou a cabeça no meu ombro e eu apenas fitava a cena que se passava na sala dos Filiwas, somente as pessoas mais íntimas estavam chorando uma pequena quantidade de lágrimas e as que não o conheciam, apenas ficavam em silêncio e consolando algumas pessoas, meu pai colocou a mão em meu ombro e assentiu para mim, entendi. Ele queria ficar com a minha mãe, mas neguei e ele foi se sentar no outro lado dela, segurando sua mão direita e alisando seu braço, ela chorava como um bebê em apuros, mas, acho que... sei lá.


[...] Passado-se um dia,  já era a tarde, (seunome) e seus pais já haviam ido para casa e agora, a caminho do triste enterro.


-(Seunome), seu pai está te chamando, já vamos.-ela dizia batendo na minha porta.

-Está bem Thaila, está bem!-disse baixo enquanto eu resmungava baixo. Hoje era o dia, o último dia de ver o corpo do meu avô... meu primeiro e único melhor amigo. Suspirei e abri a porta, totalmente sem coragem, apenas descendo devagar as escadas. Sair da porta de casa e a limousine estava somente a minha espera, todos menos Thaila se encontrava no carro. Eu olhei pra ela e ela alisou meus braços e logo assim prosseguindo para o rosto. Eu iria começar a chorar naquele momento, mas é melhor eu guardar as lágrimas pra daqui a pouco. Entrei no carro e Thaila logo depois, ela acabara de fechar a porta de casa. Estava um dia chuvoso em Doncaster, tudo quieto, a maioria das pessoas sabiam o que ''acabara'' de acontecer, ''o velho Charlie, veio a falecer.'' Meu avô era conhecido por todo o estado, ele era conhecido como o dono da fazendo, voluntário, médico e um grande professor! Ele realmente foi um homem conhecido... eu o admiro, sim ADMIRO, mesmo ele morto, sempre irei admira-lo... Chegamos ao local onde seria o enterro, lá estava realmente cheio, pelo menos, quase todos os habitantes do estado, meu pai e Thaila estavam ao meu lado e minha mãe andava em direção ao caixão. Ele estava exposto para todos vessem.


Começou, a hora do discurso e hora do famoso ''ele foi(era) um bom homem'' eu não suporto enterros, todos quietos e silenciosos, como se tivessem sentindo aquela dor como os mais próximos, talvez quisessem que os parentes dividissem a dor, mas não iriam aguentar ficar ouvindo eles desabafando, porque, ninguém passa mesma coisa que ninguém, pode ser parecida. Eu não entendo porque estou me desabafando com vocês, eu estou entendendo pra que tudo isso, só quero expor a minha opinião sem que as pessoas me julguem, na minha mente tudo é diferente do que eu falo. Ao começar a pequena palestra do Doutor Frank, veio a senhorita Katrina, ela era uma moça bonita, de cabelos medianos, olhos verdes e uma pele branca, normal. Ela era cristã, nunca acreditei muito nisso, acho que é puro blá, blá, blá. Cristão não pode fazer nada, bem... eu não acho isso, antes de eu julgar, sempre pesquiso as coisas e Cristão, acho que é algo bem respeitoso e organizado, é interessante, porque a maioria dos cristãos que eu conheço, são normais, cidadãos... normais, só não ficam, dizem palavrão, somente isso, a, lógico, cristão respeita seu Deus acima de tudo, eu também aprendi que quando falamos do famoso ''Deus'' dos cristãos, colocamos com a letra ''D'' maiúscula e deus de deuses, se escreve com letra minúscula, se eu fosse escolher uma religião... certamente o evangelho. Katrina terminou de cantar e veio Hilary, uma menina de cabelos medianos ruivos, com cachos nas pontas, olhos verdes e uma pele bem branca, ela era bem pequena, deveria ter uns cinco anos, começou a cantar ''Butterfly Fly Away'' e só ouvir choros abafados, deve ser pelo pano ou a mão que cobria as bocas das pessoas, pura frescura, um pano? 

''Agora, a última homenagem da tarde, uma música bem especial, para o nosso velho Charlie, feita por sua neta (Seunome).'' todos haviam me aplaudido, antes mesmo de chegar até o piano, o microfone próximo ao mesmo já estava próximo de mim.
 de play no vídeo!
-Ãn, obrigada a todos que estão aqui... vocês foram muito especiais para Charlie, o meu avô e esta música, eu fiz para ele... mas, queria que ele estivesse vivo, para ouvi-la. 
Comecei a toca-la em uma breve introdução, enquanto todos me olhavam atentamente, a família Tomlison se encontrava lá e quando parei o meu olhar nos de Louis, sua mãe o cutucou levantando a sobrancelha, ele virou os olhos e eu prosseguir olhar a expressão facial de cada pessoa, acho que realmente esta música irá deixar uma marca em cada um, sei lá, eu só acho. Continuei cantando a letra e logo veio todas as lembranças, que vinham como um filme em minha mente, se passavam rápido, até que eu ''pausei'' em uma iniciando aquela lembrança...
''Vovô! Vovô!-eu exclamava pedindo sua ajuda depois de ter me ralado perto da escada das galinhas.-Vô! Ta doendo, muito!-eu chorava, como aquilo doía.
-Calma, somente umas pequenas farpas, você é forte, não chore!-ele dizia me repreendendo enquanto eu tentava engolir o choro que tentava sair.''

''Amanhã será um novo dia (Seunome) vai dormir.-fechei os olhos enquanto ele cantava uma música desconhecida para mim dormir.''

''Esliete!

-Estai!
-Esturdes!
-Astrurdes!
-Eslindi!
-Elomines!
-(seunome)-eu levantei a cabeça pra ficar de olho a olho com ele, já que estava deitada no seu braço direito e deitada em seu colo, o braço apenas servia pra eu colocar minha cabeça.
-EI! Meu nome não é estranho!-eu dizia brava.
-Não, certamente não, é o nome mais lindo deste mundo, eu que escolhi.-ele sorria, mas mesmo assim havia ficado com um pé atrás.''

''-(Seunome)! Eu não disse pra comer depois do almoço?-ele me olhava com as mãos na cintura e minha boca se encontrava totalmente suja de biscoito e minha mão com um pedaço de cenoura. Ele começou a rir enquanto pegava um pano para me limpar.''



''(Seunome), não está doendo?-eu afirmei com a cabeça, enquanto ele limpava meu braço e meu joelho sangrento.-Por que não está chorando?

-O senhor sempre pediu pra eu ser forte, vovô.-ele me olhou surpreso e apenas continuou limpando, sem falar nada.''


''Vamos brincar vovô! VEM!-dizia eu pulando em sua cama, minha avó apenas ria virada do lado oposto do vovô.
-(Seunome) são seis da manhã, não pode esperar mais um pouco?-eu não parei de pular na cama e acho que ele entendeu isto como um sim.-Está bem, está bem, vamos brincar com esta princesinha!-ele disse me puxando para seu colo me dando um beijo no rosto, sorrir e ele se levantou comigo no colo.''

''Quando você vai voltar vovô? É amanhã, né?-ele suspirou e sorriu.

-Eu não posso te afirmar nada, eu posso ir e não voltar... nunca mais.-ele sorriu gentilmente enquanto me dava um beijo na testa.''

Só de lembrar todas estas coisas, já estava chorando,
assim como todos, borrando a minha maquiagem minhas mãos se mantinham geladas e o vento... não ajudava muito, agora, estava ficando cada vez mais frio e meus cabelos voavam ao ritmo do vento, como se estivessem entrando em sintonia um com o outro. E agora houve uma leve trovoada, apenas escurecia-se o céu... mas ainda assim não me desconcentrava da música, , por que Charlie tinha que ir embora? Charlie... isso me faz lembrar um cena muito engraçada e triste.

''Vamos, um, dois... Não me faça dizer o três!-ele estava chorando, somente pela a morte da minha avó, eu era pequena, não sabia que a morte iria durar para sempre, ele sempre disse que a morte deveria ser algo bom.-CHARLIE!-ele sorriu, o primeiro sorriso que ele havia dado naquela manhã.''


Enquanto todos não tinham lágrimas para derramar, as minhas só começavam a jorrar. Todas essas lembranças, brincadeiras, tudo isso... era realmente enorme para mim, meu avô disse as coisas, nas horas tão certas e tão precisa! Quando tivemos aquele momento ontem na sua chácara  tão... ótimo! Como odeio que ele fale sobre morte, sempre pensava nele... poderia morrer e olha onde está? Me lembro da sua famosa frase, que sempre recitava para mim. Dos livros de pequenas histórias que ele lia, de quando me distraia para que eu não lembrasse que estava chateada com ele e assim  me tirava um sorriso, agora já chovia, em leves pingos e todos fizeram um leve barulho para abrir o guarda-chuva, um deles emprestava uma ''parte'' do mesmo para a pessoa ao lado.


Ao terminar a música, suspirei e disse com a voz trêmula e acompanhada por soluços. '
'confiança não é questão de luxo, e sim de sobrevivência. Que os poucos amigos que te apoiam na queda, são muito mais fortes do que os muitos que te empurram. Que o nunca mais nunca se cumpre, e que o pra sempre, sempre acaba.'' Charlie Stuart Ferrer.


Capítulo grande, né? Pois bem, daqui a pouco começa a parte boa! :D 



Um comentário:

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UM BEIJO e VOLTEEEEE! BYEE!